Tenho
a chata sensação de que existe imenso dentro de mim para escrever nesta página
em branco, no entanto, não sei sequer como começar. Talvez deva atrever-me a
dizer que estou melhor. Não diria que já não dói, mas é mais semelhante a uma
ferida distante. É como um ligeiro incómodo nos dias bons e uma lembrança
sombria nos piores dias. Apesar disso, ergui-me «facilmente». Com o tempo tudo
se torna mais fácil e, ao rever-me nesta situação, soube logo como lidar com
ela. Já me tinha acontecido e provavelmente vai voltar a acontecer. Sou
facilmente enganada e, lição após lição, continuo sem querer aprender. Agora
sei como fui tola em acreditar no impossível. E, daqui em diante, espero dar
ouvidos aos meus amigos ao invés de vendar os olhos e seguir ferozmente o
coração. É esse o meu pior defeito mas, ao mesmo tempo, a minha maior virtude.
Lutar pelo que quero é óptimo, no entanto acaba por se tornar no motivo das
minhas desilusões. Mas não faz mal. Agora estás com ela e, portanto, não vale a
pena remexer nos assuntos do meu coração.
Já não sinto que a culpa foi minha, que talvez não tenha feito o suficiente por ti. Sei que fiz. Já não me preocupo com o que ela pudesse ter que eu não ou o que fez o teu coração escolhê-la. Eu não tenho nada de mal, sei agora isso. No amor não há razões. Ou nos fazem sentir ou simplesmente não fazem. Tudo o que sobra neste momento é a pena, pena de não te ter feito sentir. Mais uma vez, volto a dizer que não faz mal. Fomos um caso passageiro, uma loucura das noites de verão. Posso dizer que estava bastante apaixonada, um sentimento que se estava rapidamente a transformar no tão conhecido «amor». Agora, já não sinto saudades, não sinto paixão ou qualquer dor, apenas remorsos.
«Mas ironicamente, apesar de atraente continuas vazia e carente». Li essa frase e nunca mais me saiu da cabeça. É exactamente assim que me sinto e é a razão para ter tido tanta pena. Queria o amor e todas as coisas boas que vêm com ele. E agora, não há espaço para ele na minha vida. Já não sei o que é sentir-me assim há mais de um ano. E, portanto, paralelamente a tudo isto, sinto-me saudosa do passado. É como uma tempestade imensa que ameaça engolir-me por inteiro e que me força a olhar constantemente por trás do ombro, para aquilo que já passou. De repente, apercebi-me de todas as coisas que perdi e nas quais não há volta a dar. E a partir daí, não houve como parar de pensar no meu primeiro amor. No quão gostava que tudo tivesse sido diferente entre nós. No quão ainda desejo um regresso milagroso e um felizes para sempre. Acho que, faça eu o que fizer, ele nunca vai perder a importância que teve na minha vida e o impacto que continua a causar. Mas não me interpretem mal, não continuo a amá-lo. Apesar disso, gosto de acreditar que somos como uma vela e que poderíamos nos reacender. E, sendo uma lutadora, eu tinha de tentar. Isto porque mais ninguém me fez sentir como ele e começo a perder as esperanças que exista alguém que volte a remexer de tal forma com o meu interior. Tal como na frase, sou apenas «vazia e carente». Claro que tentei aproximar-me e dizer como me sentia… Sou uma lutadora, não é? De qualquer maneira, ele disse que não sente o mesmo. Que já fez mais sentido para ele voltar atrás mas que de momento não. Disse-lhe que compreendia e, pela primeira vez na minha vida, baixei os braços. Porquê? Porque finalmente aprendi que lutar é algo que não se pode fazer sozinho e que tenho de o fazer também por mim, ao invés de gastar todas as minhas forças com os outros. Por outro lado, admito que foi bom ouvir um «não» pois ultimamente sou eu que os tenho dito. Pensei que podia remediar toda esta confusão que vai dentro de mim encontrando outra pessoa e, pelo caminho, deixei um rasto de corações partidos e de rapazes usados. Assim, aprendi que sei o amor de cor. Sei como sabe, como arde no peito, como faz dobrar os lábios num sorriso. Sei-o de cor mas não o consigo sentir. Sou um coração vazio, mergulhado nas sombras e ninguém consegue chegar até mim. Ninguém me desperta a atenção. Não existem faíscas ou qualquer tipo de atração. Esse sentimento é algo do passado, um passado que se recusou a ser presente. Mas, como eu lhe disse, «não faz mal». Não estou triste, mas também não me sinto feliz. Até nesse sentido sou controversa neste momento. Estou sobretudo assolada com esta imensa quantidade de sentimentos que não esperei voltar a sentir. Mas voltei a aprender muito e a mudar muito. Sei que tudo o que preciso de fazer é cuidar de mim mesma e tudo irá ficar bem.
É importante dar um tempo a mim mesma, acima de tudo poupar o meu coração. É necessário entender-me, desconfundir-me. Ando numa busca incessante por alguém que me faça sentir quando, apercebo-me, sinto demasiado. Estou a transbordar de sentimentos negligenciados. Porque não quero sentir estas saudades, ignoro-as. Talvez seja o momento de lidar comigo e só comigo.
Para além disso, não confio em ninguém de momento para me «reparar», para juntar os meus cacos. Não passo de um jogo para os homens. Vejo-os traírem-se uns aos outros para andar atrás de mim. Não ligam se namorei os seus amigos, se estou ou não interessada, se digo que não ou até mesmo se têm namorada. Sou uma conquista. Tratam-me como se fosse um prémio. Como se eu fosse um corpo e não uma alma. E esse comportamento leva-me a ter ainda mais saudades. Ele era real, um porto seguro. Bolas, como eu precisava exactamente disso agora! Mas talvez seja um troféu também para ele e talvez já nem o passado fosse estável para mim neste momento. Também ele me quis para a noite e, sendo ele, não fui capaz de recusar por completo. Sabem aquela questão «um minuto no passado ou quinze segundos no futuro»? Eu tive o meu minuto no passado ou aliás, um dia inteiro. Não sei sequer ao certo explicar como aconteceu… Diga-mos que o álcool é movedor de montanhas ou talvez seja essa a desculpa que eu prefiro usar para esclarecer o sucedido. Eu estava numa festa na terra do meu ex namorado, o meu primeiro amor, o rapaz que move toda esta saudade. E acreditem, na altura não sentia nada disto. Ele era passado e nada mais. Bebi muito, é verdade. Ultimamente falávamos de vez em quando, ele até se ofereceu para me levar à festa. Vejo agora que provavelmente ele já tinha tudo planeado. A certa altura da noite, uma amiga minha disse-me que ele lhe falou sobre mim. Disse que tinha saudades e nunca tinha pretendido magoar-me, que fui muito importante. Não sei ao certo explicar como nem porquê, mas essas palavras amoleceram o meu coração. Reconfortaram-me. Fizeram um calorzinho dentro de mim. E, uma coisa levando à outra, aceitei ficar em casa dele a dormir. Mas, sinceramente, não estava à espera de segundas intenções. Achei que era um amigo a oferecer cama a uma rapariga sem boleia para casa. Então não imaginam a minha surpresa quando ele se deitou comigo. Pensamos todos os dias como seria voltar atrás. Como seria poder refazer algumas coisas. E eu… eu estava ali com ele. Ele e eu na mesma casa, no mesmo quarto e deitados na mesma cama. Todos os pensamentos fugiram de mim, ao invés do turbilhão de sentimentos que eu teria sentido no passado, eu estava vazia. Mantive-me rígida do meu lado da cama enquanto sentia o seu corpo conhecido juntar-se a mim. Em tempos, soube-o de cor. Em tempos, teria sido capaz de vos dizer cada detalhe dele. Agora, eu não pertencia ali. Da cabeça à ponta dos pés sabia que era errado. Mas, se conheceram o género de amor que senti por ele, sabem que esse rapaz vai sempre mexer com cada molécula do vosso ser. E eu não consegui dizer que não. Era «Ele», a palavra que para mim diz tudo. E, por isso, deixei-me mergulhar temporariamente no passado. Aceitei os seus beijos e eram como voltar a casa depois de uma longa viagem. Mas, no fundo, eu não sentia nada. Sabia que era só uma noite. Sabia que agora, era um prémio também na vida dele. Adormecemos em concha, como se ao fim de tanto tempo nada tivesse mudado. No fim, acabou por ser mais do que uma noite em si. Tive a oportunidade de voltar a sentar-me com a família dele e almoçar como se ainda fizesse parte dela. Era exactamente como voltar ao passado, no entanto com um incómodo sempre presente, o conhecimento de não pertencer ali. Mas, a melhor parte, foi a irmã mais nova dele. Ela fica sempre tão contente quando me vê! Fartou-se de me abraçar e passei grande parte do dia com ela enquanto ele ajudava o pai a arrumar a casa, no almoço, nas construções. Algures durante a tarde sentámo-nos de pernas cruzadas no beliche do quarto dele. Ela olhou para mim algum tempo como se não soubesse se devia ou não perguntar algo. «Conta-me segredos», ela pediu. Resolvi que o melhor seria ela fazer as perguntas.
Já não sinto que a culpa foi minha, que talvez não tenha feito o suficiente por ti. Sei que fiz. Já não me preocupo com o que ela pudesse ter que eu não ou o que fez o teu coração escolhê-la. Eu não tenho nada de mal, sei agora isso. No amor não há razões. Ou nos fazem sentir ou simplesmente não fazem. Tudo o que sobra neste momento é a pena, pena de não te ter feito sentir. Mais uma vez, volto a dizer que não faz mal. Fomos um caso passageiro, uma loucura das noites de verão. Posso dizer que estava bastante apaixonada, um sentimento que se estava rapidamente a transformar no tão conhecido «amor». Agora, já não sinto saudades, não sinto paixão ou qualquer dor, apenas remorsos.
«Mas ironicamente, apesar de atraente continuas vazia e carente». Li essa frase e nunca mais me saiu da cabeça. É exactamente assim que me sinto e é a razão para ter tido tanta pena. Queria o amor e todas as coisas boas que vêm com ele. E agora, não há espaço para ele na minha vida. Já não sei o que é sentir-me assim há mais de um ano. E, portanto, paralelamente a tudo isto, sinto-me saudosa do passado. É como uma tempestade imensa que ameaça engolir-me por inteiro e que me força a olhar constantemente por trás do ombro, para aquilo que já passou. De repente, apercebi-me de todas as coisas que perdi e nas quais não há volta a dar. E a partir daí, não houve como parar de pensar no meu primeiro amor. No quão gostava que tudo tivesse sido diferente entre nós. No quão ainda desejo um regresso milagroso e um felizes para sempre. Acho que, faça eu o que fizer, ele nunca vai perder a importância que teve na minha vida e o impacto que continua a causar. Mas não me interpretem mal, não continuo a amá-lo. Apesar disso, gosto de acreditar que somos como uma vela e que poderíamos nos reacender. E, sendo uma lutadora, eu tinha de tentar. Isto porque mais ninguém me fez sentir como ele e começo a perder as esperanças que exista alguém que volte a remexer de tal forma com o meu interior. Tal como na frase, sou apenas «vazia e carente». Claro que tentei aproximar-me e dizer como me sentia… Sou uma lutadora, não é? De qualquer maneira, ele disse que não sente o mesmo. Que já fez mais sentido para ele voltar atrás mas que de momento não. Disse-lhe que compreendia e, pela primeira vez na minha vida, baixei os braços. Porquê? Porque finalmente aprendi que lutar é algo que não se pode fazer sozinho e que tenho de o fazer também por mim, ao invés de gastar todas as minhas forças com os outros. Por outro lado, admito que foi bom ouvir um «não» pois ultimamente sou eu que os tenho dito. Pensei que podia remediar toda esta confusão que vai dentro de mim encontrando outra pessoa e, pelo caminho, deixei um rasto de corações partidos e de rapazes usados. Assim, aprendi que sei o amor de cor. Sei como sabe, como arde no peito, como faz dobrar os lábios num sorriso. Sei-o de cor mas não o consigo sentir. Sou um coração vazio, mergulhado nas sombras e ninguém consegue chegar até mim. Ninguém me desperta a atenção. Não existem faíscas ou qualquer tipo de atração. Esse sentimento é algo do passado, um passado que se recusou a ser presente. Mas, como eu lhe disse, «não faz mal». Não estou triste, mas também não me sinto feliz. Até nesse sentido sou controversa neste momento. Estou sobretudo assolada com esta imensa quantidade de sentimentos que não esperei voltar a sentir. Mas voltei a aprender muito e a mudar muito. Sei que tudo o que preciso de fazer é cuidar de mim mesma e tudo irá ficar bem.
É importante dar um tempo a mim mesma, acima de tudo poupar o meu coração. É necessário entender-me, desconfundir-me. Ando numa busca incessante por alguém que me faça sentir quando, apercebo-me, sinto demasiado. Estou a transbordar de sentimentos negligenciados. Porque não quero sentir estas saudades, ignoro-as. Talvez seja o momento de lidar comigo e só comigo.
Para além disso, não confio em ninguém de momento para me «reparar», para juntar os meus cacos. Não passo de um jogo para os homens. Vejo-os traírem-se uns aos outros para andar atrás de mim. Não ligam se namorei os seus amigos, se estou ou não interessada, se digo que não ou até mesmo se têm namorada. Sou uma conquista. Tratam-me como se fosse um prémio. Como se eu fosse um corpo e não uma alma. E esse comportamento leva-me a ter ainda mais saudades. Ele era real, um porto seguro. Bolas, como eu precisava exactamente disso agora! Mas talvez seja um troféu também para ele e talvez já nem o passado fosse estável para mim neste momento. Também ele me quis para a noite e, sendo ele, não fui capaz de recusar por completo. Sabem aquela questão «um minuto no passado ou quinze segundos no futuro»? Eu tive o meu minuto no passado ou aliás, um dia inteiro. Não sei sequer ao certo explicar como aconteceu… Diga-mos que o álcool é movedor de montanhas ou talvez seja essa a desculpa que eu prefiro usar para esclarecer o sucedido. Eu estava numa festa na terra do meu ex namorado, o meu primeiro amor, o rapaz que move toda esta saudade. E acreditem, na altura não sentia nada disto. Ele era passado e nada mais. Bebi muito, é verdade. Ultimamente falávamos de vez em quando, ele até se ofereceu para me levar à festa. Vejo agora que provavelmente ele já tinha tudo planeado. A certa altura da noite, uma amiga minha disse-me que ele lhe falou sobre mim. Disse que tinha saudades e nunca tinha pretendido magoar-me, que fui muito importante. Não sei ao certo explicar como nem porquê, mas essas palavras amoleceram o meu coração. Reconfortaram-me. Fizeram um calorzinho dentro de mim. E, uma coisa levando à outra, aceitei ficar em casa dele a dormir. Mas, sinceramente, não estava à espera de segundas intenções. Achei que era um amigo a oferecer cama a uma rapariga sem boleia para casa. Então não imaginam a minha surpresa quando ele se deitou comigo. Pensamos todos os dias como seria voltar atrás. Como seria poder refazer algumas coisas. E eu… eu estava ali com ele. Ele e eu na mesma casa, no mesmo quarto e deitados na mesma cama. Todos os pensamentos fugiram de mim, ao invés do turbilhão de sentimentos que eu teria sentido no passado, eu estava vazia. Mantive-me rígida do meu lado da cama enquanto sentia o seu corpo conhecido juntar-se a mim. Em tempos, soube-o de cor. Em tempos, teria sido capaz de vos dizer cada detalhe dele. Agora, eu não pertencia ali. Da cabeça à ponta dos pés sabia que era errado. Mas, se conheceram o género de amor que senti por ele, sabem que esse rapaz vai sempre mexer com cada molécula do vosso ser. E eu não consegui dizer que não. Era «Ele», a palavra que para mim diz tudo. E, por isso, deixei-me mergulhar temporariamente no passado. Aceitei os seus beijos e eram como voltar a casa depois de uma longa viagem. Mas, no fundo, eu não sentia nada. Sabia que era só uma noite. Sabia que agora, era um prémio também na vida dele. Adormecemos em concha, como se ao fim de tanto tempo nada tivesse mudado. No fim, acabou por ser mais do que uma noite em si. Tive a oportunidade de voltar a sentar-me com a família dele e almoçar como se ainda fizesse parte dela. Era exactamente como voltar ao passado, no entanto com um incómodo sempre presente, o conhecimento de não pertencer ali. Mas, a melhor parte, foi a irmã mais nova dele. Ela fica sempre tão contente quando me vê! Fartou-se de me abraçar e passei grande parte do dia com ela enquanto ele ajudava o pai a arrumar a casa, no almoço, nas construções. Algures durante a tarde sentámo-nos de pernas cruzadas no beliche do quarto dele. Ela olhou para mim algum tempo como se não soubesse se devia ou não perguntar algo. «Conta-me segredos», ela pediu. Resolvi que o melhor seria ela fazer as perguntas.
«Ainda
amas o meu irmão?» - A maneira mais fácil de contornar essa pergunta seria um
simples «não», no entanto isso não explicava o facto de estar ali naquele
momento, como se fizesse parte da vida dele. Não explicava o porquê de ter
ficado. Um «não» talvez não fosse a completa verdade, tendo em conta o que ele
sempre irá ser.
«Não
sei.» - Confessei.
«Vão
voltar a namorar?»
«Acho
que não…» - Ela olhou-me durante um tempo, como se reunisse a informação. O silêncio
preencheu o quarto, tão forte que era quase palpável.
«Posso
perguntar uma coisa?» - Disse finalmente.
«O
quê?»
«Porque
é que acabaste com ele?» - Imagino como terá sido a minha reacção a esta
pergunta. A verdade é que não estava à espera, pensei que ela soubesse. Tanto
tempo, será que nunca terá perguntado por mim?
«Eu
não acabei, foi ele…»
«Porquê?»
- Ela quis saber.
«Já
não estava apaixonado por mim.» - Sentia-me mais nova que ela nesse momento. Como
se eu fosse pequena e vulnerável.
«Não
sei como é que alguém te podia deixar, és tão bonita»
«Nunca
lhe perguntaste nada sobre mim?»
«Não…
Tinha vergonha de perguntar.»
Acreditem,
eu adoro a garota. Sou péssima a demonstrá-lo, sou ainda pior no que se trata
de crianças. Nunca sei ao certo o que dizer e o que fazer ao pé delas. No
entanto, aquela em específico sempre foi, secretamente, a minha paixão. Apesar
de muitas vezes ter sentido ciúmes pelo tempo que ela me roubava com ele,
sempre gostei dela. Enfim, este tempo foi uma boa compensação e óptimo para
matar umas saudades. Falámos o resto da tarde sobre os segredos dela e os seus
inúmeros «namorados». Depois disso, eu e ele vimos um filme. A mesma rotina de
antes e, no entanto, absolutamente nada semelhante. Tentou assustar-me o filme
todo como sempre estive habituada. Mas, apesar disso, tudo foi diferente. Não
houve uma manta a tapar-nos para nos manter quentes e próximos. Não houve mãos
dadas por baixo da manta. Não houve beijos roubados rapidamente.
Sempre pensei em voltar atrás e, naquele dia, não soube sequer como agir em nenhum momento. Foi estranho, é tudo o que posso dizer para descrever como me senti. Talvez também nostálgico. Seria mentira se dissesse que não procurei pela minha presença no quarto dele, uma das inúmeras coisas que ele costumava ter minhas. Não encontrei nada. Eu era um bonito desenho a lápis que foi apagado sucessivamente com uma borracha. Não o censuro, no meu quarto também não há vestígios dele. Mas, no meu caso, magoavam-me demais para os ter à vista, então guardei-os todos juntos na mesma gaveta. Uma gaveta específica para ele e para a nossa história. Ainda hoje não me atrevo a abri-la, as recordações são demais para querer senti-las mais do que já sinto. Mas, como disse, não foi esse dia que abriu as minhas recordações e reavivou as minhas saudades. O que o fez foi tudo o que está acima descrito. Talvez todas estas coisas juntas numa só. Não foi ele que me deu esperanças, foi o mundo que mas tirou. Sem esperança no amor, depositei-a nele. A única pessoa até agora capaz de incendiar completamente o meu interior deveria ser aquela que seria capaz de o fazer agora. Faz sequer sentido?
Sempre pensei em voltar atrás e, naquele dia, não soube sequer como agir em nenhum momento. Foi estranho, é tudo o que posso dizer para descrever como me senti. Talvez também nostálgico. Seria mentira se dissesse que não procurei pela minha presença no quarto dele, uma das inúmeras coisas que ele costumava ter minhas. Não encontrei nada. Eu era um bonito desenho a lápis que foi apagado sucessivamente com uma borracha. Não o censuro, no meu quarto também não há vestígios dele. Mas, no meu caso, magoavam-me demais para os ter à vista, então guardei-os todos juntos na mesma gaveta. Uma gaveta específica para ele e para a nossa história. Ainda hoje não me atrevo a abri-la, as recordações são demais para querer senti-las mais do que já sinto. Mas, como disse, não foi esse dia que abriu as minhas recordações e reavivou as minhas saudades. O que o fez foi tudo o que está acima descrito. Talvez todas estas coisas juntas numa só. Não foi ele que me deu esperanças, foi o mundo que mas tirou. Sem esperança no amor, depositei-a nele. A única pessoa até agora capaz de incendiar completamente o meu interior deveria ser aquela que seria capaz de o fazer agora. Faz sequer sentido?
Li este texto e revi-me em cada palavra, além de eu e ele não termos chegado a estar juntos ele faz-me tão bem quanto tu descreves... é incrível como uma pessoa do passado consegue ainda mexer tanto connosco, o bem que uma única pessoa nos consegues trazer
ResponderEliminarPodemo-nos juntas as duas : )
r: olá fofinha! É verdade, a minha vida deu uma volta enorme, muitas coisas aconteceram e, raramente, tenho tempo para vir aqui. Mas, hoje, deu-me uma saudades enorme de escrever e ter visto o teu comentário deixou-me contente, pois é sinal que alguém se lembra de mim (dos meus conselhos). Espero que estejas bem, e eu estou muito bem :)
ResponderEliminarNão faz sentido mas será que o amor faz sentido?
ResponderEliminarForça, muita força.