Tenho este
imenso problema: ninguém me chama a atenção. Ninguém é exactamente aquilo que
procuro ou comparável ao que tu foste. Fico eternamente à espera daquele rapaz
que apareça e me roube a respiração à primeira vista. Desejo alguém que me faça
sorrir na primeira palavra que me dirija. Quero sentir faíscas, o mundo a
girar, corações à nossa volta. Quero poder sonhar com um futuro naquele
primeiro encontro e saber, no fundo do coração, que ele não me irá desiludir. Saber
que após o conhecer melhor, só irá aumentar mais e mais o meu interesse. Mas
ninguém parece ser assim, ninguém desperta essas emoções em mim. Se calhar sou
eu e talvez faça demasiadas exigências. Talvez não consiga encontrar tudo o que
procuro numa só pessoa. Ou então, tenho a tua imagem na minha cabeça e não
encontro alguém que consiga ser mais do que aquilo que eras. Sinceramente, não
sei de quem é o problema. Não quero qualquer um mas, se calhar, peço demasiado.
Se calhar, dou as oportunidades aos errados e despedaço os certos.
Provavelmente não dou sequer hipótese. Porque, ao mesmo tempo, eu não quero
ninguém. Porque, sinceramente, acho que já não sei sentir. Perdi o amor que
havia em mim. Eu vejo-me agora e eu sou fria. Eu não ligo para ninguém. Quem
comete um erro comigo já não tem permissão para cometer um segundo. Apago as
pessoas da minha vida como se lá estivessem escritas a lápis. Criei estas
muralhas à minha volta e só entra nelas quem eu sei que não me vai desiludir.
Nunca se sentiram cansados de serem magoados? De perceberem que afinal os
vossos amigos, não são assim tão amigos? De se apaixonarem loucamente e ter um
fim doloroso? Eu estou farta. Não digo que corra tudo mal porque seria mentira.
Existem coisas boas e reconheço-as. Mas, mesmo assim, sinto-me cansada. Eu sei
que magoo as pessoas. Sei que inúmeras vezes sou insensível. Sei que bons
rapazes tentaram alguma coisa comigo e eu os escorracei. Ainda há pouco tempo
convidaram-me para um encontro. “Porque não?”, pensei eu. Fomos ao café e
depois levou-me a passear à Nazaré. Tirámos fotografias. Andámos à beira mar.
Pagou-me o lanche. A conversa foi boa, houve sempre assunto e ele era
engraçado. Notava-se que se estava a esforçar para me agradar. Mas, depois
disso, nunca mais lhe falei. E porquê? Simplesmente porque não houveram faíscas
e todos aqueles sintomas que falei anteriormente. Eu não consegui imaginar-me
com ele. E o mundo, sem ele, é exactamente igual. Para quê aceitar ir a mais
encontros se, logo no primeiro, soube que eu não ia sentir nada?
Queixo-me que nenhum rapaz se interessa verdadeiramente por mim. Reclamo porque não se dão ao trabalho de me conhecer. Odeio que me queiram só pelo meu corpo. Mas, quando gostam de mim pelo que sou, não servem para mim. Quão contraditória! Assim, resta-me continuar sozinha, encalhada no mesmo sítio e saudosa de um passado que já devia estar esquecido.
E, pior que isso, é não saber quando devo dar oportunidades. Aposto que todas vocês têm aquele amigo a quem contam tudo. Aquele amigo que sabem que vai estar sempre lá, que nunca vos desiludiu. Que vos apoia, faz rir, que não vai embora com o passar dos anos. Pois bem, o meu melhor amigo quer mais que isso. Quer tentar alguma coisa comigo. E, nem imaginam o quanto isso complica tudo e me deixa confusa. É que ele é das poucas pessoas que está dentro da minha enorme muralha. Se eu fosse sentir algo, não teria já acontecido a este ponto? Ou será que fui eu que nunca o tentei ver dessa maneira? O problema é saber de cor o sabor da desilusão e não querer ser eu a causá-lo a alguém tão importante. Tentar. Parece fácil. Mas e se eu for mexer com o coração dele apenas para o partir? Não quero ser essa pessoa. E eu acho que, neste momento, sou incapaz de sentir. Sei que por um lado ele tem imensas coisas que procuro mas, por outro, eu quero aquele amor à primeira vista. Não sei se estou a assegurar o bem-estar dele ao negar uma oportunidade ou se estou a ser egoísta por achar que não se enquadra exactamente no que procuro e, por isso, nem sequer tentar.
Sinto-me terrivelmente sozinha mas, ao mesmo tempo, não quero ninguém por perto.
Queixo-me que nenhum rapaz se interessa verdadeiramente por mim. Reclamo porque não se dão ao trabalho de me conhecer. Odeio que me queiram só pelo meu corpo. Mas, quando gostam de mim pelo que sou, não servem para mim. Quão contraditória! Assim, resta-me continuar sozinha, encalhada no mesmo sítio e saudosa de um passado que já devia estar esquecido.
E, pior que isso, é não saber quando devo dar oportunidades. Aposto que todas vocês têm aquele amigo a quem contam tudo. Aquele amigo que sabem que vai estar sempre lá, que nunca vos desiludiu. Que vos apoia, faz rir, que não vai embora com o passar dos anos. Pois bem, o meu melhor amigo quer mais que isso. Quer tentar alguma coisa comigo. E, nem imaginam o quanto isso complica tudo e me deixa confusa. É que ele é das poucas pessoas que está dentro da minha enorme muralha. Se eu fosse sentir algo, não teria já acontecido a este ponto? Ou será que fui eu que nunca o tentei ver dessa maneira? O problema é saber de cor o sabor da desilusão e não querer ser eu a causá-lo a alguém tão importante. Tentar. Parece fácil. Mas e se eu for mexer com o coração dele apenas para o partir? Não quero ser essa pessoa. E eu acho que, neste momento, sou incapaz de sentir. Sei que por um lado ele tem imensas coisas que procuro mas, por outro, eu quero aquele amor à primeira vista. Não sei se estou a assegurar o bem-estar dele ao negar uma oportunidade ou se estou a ser egoísta por achar que não se enquadra exactamente no que procuro e, por isso, nem sequer tentar.
Sinto-me terrivelmente sozinha mas, ao mesmo tempo, não quero ninguém por perto.
É um paradoxo... é o sentir que só estamos bem com a pessoa que não podemos estar....
ResponderEliminarEntendo bem.
r: Sinto-me muito desiludida com uma decisão que tomei...
Escreves tão mas tão bem!!!
ResponderEliminarTens-te sentido melhor querida?
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