Ainda só
passou um mês. E em tão pouco tempo foram mais as discussões que os momentos
felizes. Estou saturada. Ou melhor, ambos estamos. Qualquer coisa que diga leva
a nova discussão e, sinceramente, começo a ter medo de falar. Estou só com
tanto medo. Aterrorizada. Estou a entrar novamente no caminho das desilusões a
passos largos. Cheguei ao ponto de estar constantemente à espera que me digas
que não estás feliz. Constantemente à espera da discussão que irá despoletar o
fim. E o problema é que não acho que seja possível ultrapassar isto. Nós somos
como imanes que se afastam e, por muito que tente aproximar-me, sou sempre
puxada novamente para trás. E o verdadeiro problema é que um mês chegou para
ficar completamente apaixonada. E oh, estar apaixonada é tão, mas tão
assustador. É o motivo por que choro tantas vezes. É o motivo que me leva a
ficar mesmo quando tudo aponta para fugir. Mesmo quando discutes por razão
alguma. Mesmo quando peço desculpa e não chega. E bolas, estou tão farta de
pedir desculpas. Tão cansada de me rebaixar e de arcar com as culpas de todas
as discussões. Tão desmotivada porque só quero ficar contigo, só quero estar
bem e está sempre tudo virado do avesso. Esta relação é tóxica, só faz mal a
ambos. Mas não a consigo largar, não consigo perder a esperança que tudo venha
a ficar bem. E enfim, simplesmente não vai. Se calhar somos demasiado
diferentes. Talvez seja o teu orgulho que não te permite admitir que possas
estar errado. Ou talvez seja a tua teimosia que não te deixa largar uma
discussão antes de me magoares de mil maneiras diferentes. Ou então sou eu. Seja
o que for, não o sei resolver. Eu tento, tento, tento, tento e tento. Foda-se,
tento tanto! Mas volta sempre tudo ao mesmo. Não saímos nunca das discussões. E
isso está a acabar comigo. Está a acabar connosco. E eu não consigo mais
tentar. Se começámos assim, então o que é que eu posso esperar desta relação? E
triste, é saber que me amas mas que o amor não chega. Triste, é olhar para o
fundo do meu telemóvel em que estamos juntos e sorridentes, e estar
constantemente a desejar que fosse sempre assim. Mas o pior… o pior é saber que
vou perder alguém que amo. Alguém que realmente me cativou. E não há nada que
possa fazer para o impedir.
É estranho. Estranho o modo como parecendo tão bem, me sinto paralelamente tão vazia. Tento encontrar palavras para o descrever mas apenas existe um vazio. Procuro desesperadamente agir normalmente, não falar nisso, não pensar no assunto, esquecer-te. Mas quanto mais se procura esquecer, mais fácil é lembrarmo-nos. E isso está a acabar comigo. Não quero lembrar-me de uma mentira tão bem orquestrada por ti. Não quero sequer relembrar o modo como sempre acreditei em tudo o que dizias sem sequer pôr em causa. A mentira estava diante de mim e eu decidi acolhê-la, fechar os olhos à verdade e perdoar sempre. Escolhi-te todas as vezes para no fim acabares a escolher outra. Ridículo, não? Ao mesmo tempo, não há ninguém que queira ouvir o que tenho a dizer sobre ti. Todos, mesmo todos, me avisaram. E, neste momento, o esperado de mim seria já ter esquecido. Mas apesar de ter sido só mais um dos teus casos amorosos, eu escolhi-te como meu único. E eu sinto que perdi alguém que realmente gosta
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