O momento por que
tanto esperei estava a desenrolar-se à minha frente. Era como a cena de um
romance, o rapaz que voltou pela rapariga. Era o final que imaginei para mim
repetidamente na minha cabeça. Era tudo aquilo em que conseguia pensar nos
últimos meses e estava a acontecer. E bolas! A única coisa que senti foi um
pânico tremendo. Um completo medo de fazer qualquer tipo de asneira que pudesse
arruinar o que estava a suceder naquele instante. Caminhei lentamente até ti.
Sinceramente, pensei que quando estivéssemos juntos iria ser constrangedor. Que
aquela faísca que sempre houve entre nós talvez se tivesse extinguido. Pensei
que já não soubéssemos o que era estar nos braços um do outro. Mas foi tudo tão
fácil, aconteceu tudo tão naturalmente. Exatamente como o desenrolar de um
filme. Fiquei surpreendida quando me deste a mão para dançar. Fiquei
especialmente surpreendida com o quão esse simples toque me aqueceu. Como esse pequeno
gesto despertou todas as minhas esperanças novamente, como se alguém tivesse
acendido um interruptor dentro de mim. Rodopiámos ao som da música. Dançámos
juntinhos, com nada mais do que as roupas a separar-nos. Naquele momento senti
que não havia nada no mundo que me fizesse sair de ao pé de ti. E exatamente
quando os nossos corpos estavam encostados, os teus lábios procuraram os meus.
E também isso foi precisamente como imaginei. Deixou-me em chamas! Deixou-me
esfomeada, insaciável. E agora, estou a divagar sobre todos aqueles ditados que
dizem “quando mais se tem, mais se quer”, “nunca nada é demais”, “dão-nos a mão
e pedimos pelo braço”. Porque agora que te tive por um segundo, só quero ter-te
por inteiro. Só quero deitar-me outra vez contigo nos meus lençóis e roubar-te
mais gemidos. Quero que os nossos corpos se fundam num só, ao ritmo da nossa
respiração acelerada. E foda-se, não se trata do sexo. Trata-se de ti. De seres
tu. Trata-se de te desejar, de querer roubar a tua alma, conquistar o teu
coração e possuir o teu corpo. E eu estou literalmente a afogar-me nos meus
sentimentos, nesta confusão enorme que vai dentro de mim. Estou apavorada, não
te consigo tirar da cabeça. Que raio é isto? O que significou para ti? O que
sentes por mim? As interrogações são tantas mas não quero fazer perguntas. Não
quero apressar nada. Quero que voltes para mim porque o queres a cem por cento.
Porque se for para ser, que seja a valer! Que seja para mostrar a toda a gente
que não têm razão sobre nós e que do nosso amor, da nossa história, só nos dois
sabemos. Que seja para fazermos bem desta vez. E enfim, sabes como dizem? “Se
der medo, vai com medo”. Por isso, estou aqui para o quer der e vier. Mesmo apavorada,
dei o salto. E espero mesmo não ser a única a saltar desta vez.
Qu ando te pergunto porque é que tudo está diferente, tu respondes: “porque mudámos”. Mas eu não quero uma mudança, apenas quero tudo como antigamente. Quero poder desabafar e obter como resposta algo que eu já esperava que dissesses, quero que me compreendas como antes compreendias, quero ficar feliz quando falo contigo, sei lá, quero tanto. “És a melhor das melhores!”, lembraste? Disseste-mo há uns meses atrás e não o voltaste a dizer. Oh, mas eu quero que digas, quero que mo relembres todos os dias. Já reparaste no mesmo que eu? A nossa amizade já não é tão forte como antes, deixou de ser impossível de destruir. Agora é algo fraco, algo que se pode desmoronar apenas com o vento. Ultimamente escondes-me tantas coisas… É normal ser a última a saber algo que me devias ter contado logo de inicio? E, porque é que já não te lamentas? Gosto de te ouvir, gosto de te dar conselhos. Sei que não estás bem, mas não me falas nisso. Ouve, lá porque a tua nova amiga tam...
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