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Desculpa por tudo e por nada.


Havia tanto para te dizer naquele momento, mas a minha garganta sufocava com todas as lágrimas que tentava conter. Queria defender-me, mas as palavras morriam nos meus lábios. Nunca fui boa com palavras e tudo o que te consegui oferecer foi silêncio. E agora nada me resta para além de um turbilhão de sentimentos. No fundo, só te posso pedir desculpa. Desculpa por tudo e por nada. Desculpa se, mais uma vez, não te soube ter. Desculpa se não fui a tal, se não fui suficiente para te prender. Desculpa se sentes que a culpa é minha. E desculpa se sinto que a culpa é tua. A verdade é que não nos entendemos. E foda-se, quem me dera conseguir compreender-te. Quem me dera que conseguisses compreender-me. Quem me dera que todo este amor não fosse em vão. Quem me dera não estar a chorar neste momento, sabendo que pouco há a fazer por nós. Quis crer que era destino. Quis crer que eras meu e que nada te ia tirar de mim. Quis crer que era a tal, que ia fazer-te acreditar no amor e querer sonhar com um “para sempre”. Quis acreditar quando dizias que comigo querias casar. Quis acreditar quando falavas em família. E quis tanto ver esse momento acontecer um dia. Mas não sou a tal. Não sou especial. E não sou suficiente. E tudo o que consigo pensar, é no quão lamento que sintas que não podes contar comigo. Lamento que sintas que não te amo pelo que és. E lamento que aches que eu não me esforço por nós. Continuo a perguntar a mim mesma onde é que errei para te fazer sentir dessa maneira. Quando é que me esqueci de te demonstrar que sou louca por ti? Ou quando é que as minhas ações demonstraram o contrário? Continuo a culpar-me quando as coisas dão errado. Mas porque a culpa é realmente minha, ou porque tu me fazes crer que é? Eu dou o meu melhor, e o meu melhor não é suficiente. E desespera-me o facto de que não tenho nada mais para dar. Investi tudo e o meu tudo não chega. Talvez a culpa seja mesmo minha. Talvez espere demais, talvez não me contente facilmente, talvez seja mesmo infantil. Ou talvez a culpa seja tua, e não me estejas a dar valor. É irónico um dia ouvir dizer que sou a melhor namorada que já tiveste, e noutro ouvir que eu não faço nada pela relação. Talvez não estejas a prestar atenção aos pequenos detalhes, ao teu chocolate preferido que está sempre à tua espera quando vens dormir comigo, aos pequenos almoços na cama, a nunca te dizer “não posso”, às massagens de horas, às festinhas na cabeça, às pequenas surpresas deixadas com bilhetes de amor. Ou talvez não estejas a prestar atenção aos detalhes de todo. Sou a rapariga que mudou de cidade duas vezes para ficar contigo. Sou a rapariga que comprou uma cama para termos onde dormir juntos. Sou a rapariga que deixou de sair à noite com as amigas porque não faz sentido para ti. Eu sei lá, porque é que eu não te convido mais vezes? Porque é que eu não ligo? Porque sempre me fizeste crer que sou needy. Que sou chata. E porque quis que viesses por livre vontade, “como o gato que volta sempre para o sítio que o faz feliz”. Mas acho que esse sítio não me faz feliz. Vejo-me a chorar semana após semana. E mais uma vez desculpa, se quem está a fugir sou eu. Se quem não soube ficar fui eu. Mas claramente, de alguma forma, não estou a ser a namorada que precisas. E eu não sei ser mais. E acho que mereces o mundo. Acho que mereces muito mais. E engraçado, é como afinal de contas não consegui ultrapassar os três meses, a uma semana dos quatro. Não consegui passar o Natal contigo, a uma semana do Natal. E não vou entrar no novo ano contigo. Mas acredita, cada pedaço de mim ama-te. E espero que um dia vejas isso. Espero que um dia vejas que eu faria e fiz tudo por ti. Talvez a culpa seja minha, ou talvez um dia vejas que não me deste valor. 

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